Título: “A biodiversidade à mercê dos mercados? Reflexões sobre compensação ecológica e mercados de biodiversidade”
Fecha de recepción: 24/09/2013
Fecha de aceptación: 16/10/2013
Autora: Carla Amado Gomes, Professora da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, carlamadogomes@fd.ul.pt
Autor: Luís Batista, Mestre em Direito; Advogado-estagiário, luis.batista@spsadvogados.com
Resumo:
Este artigo pretende constituir uma reflexão sobre uma realidade emergente na Europa ― mas já com algumas décadas nos EUA: o habitat banking ou os bancos de biodiversidade. A compensação ecológica visa compatibilizar o interesse na preservação de áreas especialmente frágeis e ricas em biodiversidade e os interesses de desenvolvimento económico (industrial; comercial; turístico). Analisar a origem da noção, estudar a sua assimilação pelo Direito da União Europeia, testar a sua operacionalidade no sistema português, são objectivos deste texto. O carácter lacunar do instituto provoca muitas dúvidas e outras tantas inquietações aos que se preocupam com a protecção do ambiente. Mas a inevitabilidade de compatibilização de economia e ambiente aponta para um desenvolvimento das técnicas de “mercantilização” da Natureza, desejavelmente com rigorosos limites, em nome da sustentabilidade.
Palavras-chave: Ambiente; biodiversidade; compensação ecológica; habitat banking
Resumen:
Este artículo pretende constituir una reflexión sobre una realidad emergente en Europa, pero con algunos años de recorrido ya en los Estados Unidos de Norteamérica: los bancos de hábitat o bancos de biodiversidad. La compensación ecológica tiene por propósito compatibilizar el interés en la preservación de áreas especialmente vulnerables y ricas en biodiversidad con los intereses del desarrollo económico (industrial, comercial, turístico). Entre los objetivos de este trabajo se cuentan los de analizar el origen de este concepto, estudiar su asimilación por parte del Derecho de la Unión Europea y verificar su operatividad en el sistema jurídico portugués. Las lagunas existentes en la configuración legal de la institución objeto de estudio despiertan múltiples interrogantes y no pocas inquietudes en aquellos que hacen de la protección del medio ambiente el objeto de sus preocupaciones. Sin embargo, la insoslayable necesidad de compatibilizar economía y ambiente apunta a un desarrollo, que cabe desear transcurra dentro de estrictos límites, de las técnicas de “mercantilización” de la Naturaleza en nombre de la sostenibilidad.
Palabras-clave: Medio ambiente; Biodiversidad; Compensación ecológica; Bancos de hábitat
Abstract:
This article aims to do some reflexive thinking about a new concept on the Law of Biodiversity in Europe ― though not new in the USA: the habitat banking. The ecological compensation tries to harmonize the interest of preservation of specially fragile natural areas and the interest of economic development (industrial; commercial; touristic). We will analyse the concept, study its assimilation by European Union Law, and test its efficacy within the Portuguese system. There are some grey zones which raise doubts and provoke worries to the ones most protectful of Nature. It seems, nevertheless, inevitable, to cope with these marketing techniques, even if setting precise limits, in the name of sustainability.
Key words: Environment; biodiversity; ecological compensation; habitat banking